Gustavo Petro denuncia plano de golpe na Colômbia ligado a Marco Rubio

247 - Uma sequência de eventos recentes levanta preocupações sobre uma possível tentativa de golpe contra o governo de orientação progressista do presidente colombiano, Gustavo Petro.

A reportagem é do site boliviano Kawsachun.

Durante um discurso realizado na quarta-feira (11), em um comício pela paz e democracia em Cali, Petro denunciou um plano para removê-lo do poder e sugeriu uma possível conexão com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio.

Segundo Petro, ele dispõe de informações que implicariam líderes da extrema-direita colombiana em recentes manobras de desestabilização.

“Um presidente vizinho disse que o senhor Marco Rubio está organizando um golpe de Estado contra mim (...) Também tenho informações e sei que um certo líder da extrema-direita da Colômbia tem conversado com o secretário de Estado, e sei também que existe uma gravação que reproduzi para o procurador-geral da Nação, onde um certo líder da extrema-direita da Colômbia — que não é Uribe, devo dizer — afirma estar aliado ao narcotráfico, buscando pessoas e forças na Colômbia, sindicatos, pessoas e forças na Colômbia e nos Estados Unidos da extrema-direita para produzir um golpe de Estado na Colômbia. Quero que os donos dessa gravação a publiquem nos jornais dos Estados Unidos. Gostaria muito. Mas aqui não temos medo.”

O “presidente vizinho” mencionado por Petro é Nicolás Maduro, da Venezuela, que apontou Marco Rubio como figura central nas tentativas de enfraquecer o governo colombiano e promover o retorno da extrema-direita ao poder.

Na véspera, a polícia colombiana havia reportado 24 atentados terroristas nas regiões de Cauca e Valle del Cauca, com saldo de sete mortos e 28 feridos. As ações incluíram uso de carros-bomba, motos-bomba, explosivos lançados, ataques com armas de fogo e bombas de gás propano em vias públicas.

Dias antes, a Colômbia já havia ganhado manchetes com a tentativa de assassinato do senador Miguel Uribe, baleado três vezes, inclusive na cabeça. O ataque gerou ampla cobertura da mídia conservadora, como as redes Caracol e RCN, que, com apoio de figuras da oposição, tentaram atribuir a responsabilidade ao próprio presidente Petro.

Petro ordenou uma investigação imediata e solicitou o apoio do setor de inteligência da embaixada dos EUA. O secretário de Estado norte-americano reagiu rapidamente ao atentado contra Uribe, classificando-o como

“resultado da retórica violenta de esquerda que vem dos mais altos níveis do governo colombiano”, e instruiu Petro a “moderar a retórica inflamada e proteger os funcionários colombianos.”

O presidente também alertou para ameaças dirigidas a filhos de membros de seu gabinete, incluindo sua própria filha.

Outros acontecimentos relevantes se somaram ao cenário tenso: partidos de oposição pediram publicamente que Petro fosse desautorizado sob o argumento de que não garante a segurança eleitoral. Além disso, o presidente do Senado colombiano solicitou uma reunião com as Forças Armadas — sem a presença de Petro.

A Colômbia tem um referendo previsto para agosto, quando será votada a proposta de reforma trabalhista do governo.