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Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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Por que é importante falar sobre Marina?

O espetáculo misógino não é a exceção que confirma a regra. Ele é a própria regra

Marina Silva e senador Marcos Rogério discutem durante audiência de comissão do Senado (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

adas algumas horas, tudo é ado. Contudo, não podemos permitir que ser ado represente ser esquecido. Por isso, hoje falo de Marina. Não apenas da Marina Silva -ministra, ex-senadora, seringueira e lutadora pela causa do meio ambiente e da justiça social. Falo das Marinas que, como ela, “ousaram” ocupar um lugar de destaque em nossa sociedade machista, e daquelas que seguem na luta pelo jazigo deste mundo em que o gênero representa privilégios e discriminação.

A sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, em que senadores estrelaram mais um episódio de misoginia na Casa que deveria dar o exemplo, mostra o quanto ainda estamos longe de uma sociedade igualitária. A defesa de interesses inconfessáveis por aqueles senadores — homens brancos e bem-nascidos — fez aflorar o que de pior existe em seus interiores, deixando a verdade dos seus “eus” transparente como água. Se aquilo não foi falta de decoro, não sei o que o regimento do Senado entende por essa palavra.

A ira manifesta por aqueles senadores não estava dirigida a alguém que cumpre a sua função de defender a legislação ambiental em nosso país e provocar que todo o debate sobre desenvolvimento seja feito também sob o prisma das futuras gerações. Porque, sobre esse ponto, pode-se concordar ou não com as posições da ministra. Mas isso era um mero detalhe nas motivações que pilotaram as palavras e os gestos dos não tão nobres parlamentares.

O que estava patente, nas palavras e na expressão raivosa em seus rostos avermelhados, era o fato de aqueles homens terem de se “sujeitar” a debater com uma mulher. De origem pobre e negra, ainda por cima. Não item, em seu íntimo, que uma mulher seja contraponto aos seus desejos impronunciáveis publicamente. Sim, porque, se fosse um homem no contexto daquele debate, a reação deles teria sido outra. E quanto a isso, não há contestação.

O espetáculo misógino assistido neste dia não é a exceção que confirma a regra. Ele é a própria regra. Resta presente em exemplos diários, em todos os ambientes. Não é à toa que mulheres em posição de comando, nas organizações públicas e privadas, são casos raros. A sociedade patriarcal cria todo tipo de obstáculo para as mulheres - e, quando elas os vencem, sobra a violência, como vimos nesta sessão no Senado Federal.

Por isso, nos solidarizarmos com Marina é nos solidarizar com todas as mulheres. É reafirmar que o lugar das mulheres é onde elas quiserem estar. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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