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China condena ameaça de sanções da UE a bancos chineses por laços com a Rússia

Pequim critica proposta europeia de punir bancos regionais chineses e afirma que cooperação com Moscou segue regras da OMC

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em fala em Pequim. 04/06/2025 (Foto: Divulgação/MRE da China)
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247 - A China manifestou veemente oposição à proposta da União Europeia de impor sanções a instituições financeiras chinesas, sob a alegação de que estariam ajudando a Rússia a burlar restrições comerciais. A declaração foi feita nesta quinta-feira (12) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, segundo informações da Global Times.

Lin ressaltou que o país se opõe a qualquer sanção unilateral “sem base no direito internacional ou aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas”. A fala responde a reportagens publicadas pela Bloomberg e pelo Financial Times, que apontam que dois bancos regionais da China estariam na mira do novo pacote de sanções da Comissão Europeia, o 18º desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Cooperação econômica com Moscou

Segundo Lin Jian, as trocas comerciais entre empresas chinesas e russas estão em conformidade com os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC) e seguem as normas de mercado. “As trocas e cooperações normais entre empresas chinesas e russas não têm como alvo nenhum terceiro e não devem ser perturbadas ou afetadas”, afirmou o porta-voz.

Ainda conforme o Financial Times, as instituições financeiras citadas seriam de pequeno porte e atuariam em regiões próximas à fronteira sino-russa. As medidas da UE, se aprovadas, proibiriam qualquer transação entre entidades financeiras do bloco europeu e esses bancos. De acordo com a agência Reuters, as sanções fazem parte do esforço da Comissão Europeia para atingir fontes de receita energética e setores industriais estratégicos russos.

Bruxelas mira bancos estrangeiros

O caso marca a primeira vez em que a União Europeia busca sancionar diretamente uma instituição financeira de um país não envolvido no conflito, segundo o Financial Times. A justificativa seria o uso de criptomoedas por esses bancos chineses para facilitar importações russas de produtos sob embargo europeu.

Para entrar em vigor, o pacote de sanções precisa da aprovação unânime dos Estados-membros do bloco. A Comissão Europeia já havia adotado, em 20 de maio, o 17º pacote, voltado à limitação do o da Rússia a tecnologias militares e ao corte de receitas da exportação de petróleo, incluindo sanções a embarcações da chamada “frota sombra” russa.

Críticas ao expansionismo jurídico da UE

O diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto Chinês de Estudos Internacionais, Cui Hongjian, também comentou o tema ao jornal Global Times. Para ele, a proposta revela o esforço da Europa em ampliar sua influência geopolítica frente à guerra na Ucrânia, embora sem meios eficazes para tal. “Diante da falta de ferramentas concretas, a UE intensifica o uso de sanções, embora elas tenham impacto cada vez mais limitado”, disse.

Cui criticou a tentativa europeia de aplicar sanções extraterritoriais, o que ele considera uma reprodução da política de “jurisdição de braço longo” frequentemente usada pelos Estados Unidos. “Apesar de, em certas ocasiões, se opor ao unilateralismo e à hegemonia, a Europa agora adota práticas semelhantes às de Washington”, afirmou.

Ele observou ainda que a relação atual entre China e UE é marcada por uma combinação de cooperação, competição e disputas geopolíticas — dinâmicas que, segundo ele, decorrem mais de mudanças na percepção europeia do que de ações chinesas. Para Cui, a China deve manter sua postura cooperativa e buscar o diálogo para evitar que tensões prejudiquem a próxima cúpula China-União Europeia e a celebração dos 50 anos de relações bilaterais.

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