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Irã denuncia aliança secreta entre chefe da AIEA e Israel para sabotar programa nuclear

Teerã acusa Rafael Grossi de articular com Israel ações para minar o acordo nuclear e politizar atuação da agência

23/05/2021 REUTERS/Leonhard Foeger (Foto: Leonhard Foeger)
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247 - Documentos divulgados por veículos de imprensa iranianos nesta quinta-feira (12) revelam uma suposta colaboração sigilosa entre o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, e autoridades israelenses, com o objetivo de direcionar politicamente a supervisão internacional sobre o programa nuclear pacífico do Irã. As informações foram obtidas por meio de uma operação de inteligência considerada de alto nível, segundo fontes ouvidas pela emissora libanesa Al Mayadeen.

De acordo com a agência Fars News, o conteúdo dos documentos sugere uma cooperação contínua entre Grossi e representantes israelenses, revelando que o chefe da AIEA teria atuado diversas vezes em consonância com as diretrizes de Tel Aviv no que se refere ao dossiê nuclear iraniano.

E-mails e encontros secretos expõem influência israelense

Os documentos apontam diretamente para Merav Zafary-Odiz, representante permanente de Israel junto à AIEA entre 2014 e 2016, como peça central na promoção dos interesses israelenses dentro da agência. 

Durante sessões do Conselho de Governadores, ela teria questionado reiteradamente a colaboração do Irã com a AIEA e criticado o então diretor Yukiya Amano, acusando-o de rear informações “imprecisas” sobre os avanços nucleares iranianos.

Um dos arquivos indica que Zafary-Odiz manteve contato direto com Grossi e solicitou uma reunião de urgência em 10 de maio de 2016 para tratar de “mudanças relevantes”. A imprensa iraniana afirma que essa comunicação faz parte de um padrão mais amplo de alinhamento discursivo entre a agência e o governo israelense, ignorando, por outro lado, o arsenal nuclear israelense que permanece fora de qualquer fiscalização internacional.

Ainda segundo as publicações, há trocas de e-mails — supostamente em hebraico — entre Zafary-Odiz e Elai Rettig, outro representante israelense. Embora os conteúdos dessas mensagens ainda não tenham sido traduzidos para o persa, elas reforçariam o grau de conluio entre as partes.

Teerã vê na nomeação de Grossi um “divisor de águas”

Segundo fontes oficiais iranianas, a ascensão de Rafael Grossi ao cargo de diretor da AIEA representou um marco na mudança de postura da agência em relação ao Irã. “Os documentos confirmam que a cooperação de Grossi com autoridades israelenses começou em 2016 e incluiu esforços coordenados para moldar narrativas e relatórios sobre o Irã”, relatam os meios de comunicação de Teerã.

Um dos documentos revelaria que, apenas cinco meses após a do Plano de Ação Conjunta Global (JOA), em 2015, já havia sido delineada uma estratégia para ampliar a pressão sobre Teerã, indicando uma intenção precoce de inviabilizar o acordo nuclear.

As informações também sugerem que Zafary-Odiz teria desempenhado papel estratégico na construção de uma narrativa internacional que minimizasse a existência do programa nuclear israelense, ao mesmo tempo em que se amplificava o escrutínio sobre o Irã. Para autoridades iranianas, isso configura uma quebra da neutralidade da AIEA e uma tentativa de enfraquecer os direitos nucleares legítimos do país garantidos pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

Irã intensifica críticas à agência

A divulgação dos documentos ocorre em um momento de tensão entre o Irã e a AIEA, após a aprovação de uma resolução, com apoio dos Estados Unidos e das potências europeias do E3, que acusa Teerã de violar suas obrigações nucleares.

Autoridades iranianas reiteram que a AIEA deixou de ser uma entidade técnica e imparcial para se tornar um instrumento político controlado por potências ocidentais e por Israel. A expectativa em Teerã é que o vazamento seja utilizado como elemento central na disputa diplomática para contestar a credibilidade da agência e reafirmar o compromisso do país com o uso pacífico da energia nuclear.

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