Irã denuncia ataque israelense e pede ação imediata da ONU

247 - A missão permanente do Irã junto às Nações Unidas convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU após o que classificou como uma agressão flagrante do regime de Israel contra seu território, suas instalações nucleares e seus altos oficiais. A denúncia foi feita em carta oficial assinada por Amir Said Iravani, representante permanente iraniano na ONU. As informações foram publicadas originalmente pela emissora estatal iraniana HispanTV.

De acordo com Iravani, os ataques coordenados por Israel ocorreram na madrugada de sexta-feira e tiveram como alvos instalações civis e militares, com o apoio dos Estados Unidos. Um dos principais objetivos foi a instalação nuclear de Natanz, que opera sob as salvaguardas plenas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A carta classifica a ação como “um ato imprudente, ilegal e premeditado”, violando diretamente a Carta das Nações Unidas e os princípios fundamentais do direito internacional.

“Ações como essa representam uma ameaça grave à paz e à segurança regionais e internacionais”, afirmou Iravani. Segundo ele, os bombardeios colocam em risco a vida de civis e podem provocar um desastre radiológico irreversível na região.

O governo iraniano também acusa Israel de violar a Convenção sobre a Proteção Física de Materiais Nucleares, além dos compromissos jurídicos do próprio Irã no âmbito do Acordo de Salvaguardas Ampliadas da AIEA. Na carta, a missão do Irã denuncia que os ataques “minam os fundamentos do regime global de não proliferação e a credibilidade da missão da AIEA”.

Outro trecho do documento denuncia a morte de importantes cientistas nucleares e comandantes militares iranianos, atribuída a operações terroristas realizadas em Teerã. “O primeiro-ministro do regime sionista assumiu aberta e arrogantemente a responsabilidade por esses crimes, o que significa itir publicamente a prática de um crime internacional”, diz o texto.

O Irã classifica os assassinatos e os bombardeios como exemplos claros de “terrorismo de Estado” e acusa Israel de cruzar “todas as linhas vermelhas do direito internacional”. O país reitera que tais atos configuram agressão e crimes de guerra, além de uma grave violação de sua soberania e integridade territorial.

No trecho mais contundente da carta, o embaixador invoca o Artigo 51 da Carta da ONU, que garante o direito à legítima defesa. “A República Islâmica do Irã responderá a essas ações covardes e ilegais no momento e lugar apropriados, de maneira decisiva, proporcional e dissuasiva. Defender a integridade territorial, o povo e a segurança nacional é um direito inalienável e inegociável, e o regime sionista pagará um alto preço por esta agressão e seu erro de cálculo”, escreveu Iravani.

Por fim, o Irã pede que o Conselho de Segurança e o secretário-geral da ONU condenem inequivocamente os ataques e tomem medidas urgentes e vinculantes para responsabilizar o governo israelense. A carta enfatiza a necessidade de preservar a segurança internacional e impedir que atos semelhantes sejam replicados por outros atores estatais.