Israel ameaça: "Teerã vai queimar" após jatos da IDF sobrevoarem a capital iraniana pela primeira vez
Ataque sem precedentes a defesas aéreas iranianas abre caminho para futuras operações, enquanto Teerã responde com mísseis balísticos
247 – Em um desenvolvimento dramático na escalada das tensões no Oriente Médio, o Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, alertou no sábado que "Teerã vai queimar" caso o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, não cesse os "ataques mortais de mísseis" contra o território israelense. A declaração foi feita após jatos de combate das Forças de Defesa de Israel (IDF) realizarem, pela primeira vez, sobrevoos sobre a capital iraniana, Teerã, visando desmantelar suas defesas aéreas. A notícia, originalmente divulgada pelo Times of Israel, detalha uma operação israelense que marca um novo patamar no confronto entre as nações.
Durante uma avaliação com o chefe do Estado-Maior da IDF, Tenente-General Zamir, o chefe do Mossad, David Barnea, e outros altos funcionários militares, Katz foi enfático: "O ditador iraniano está transformando os cidadãos do Irã em reféns e criando uma realidade na qual eles, especialmente os residentes de Teerã, pagarão um preço alto pelo ataque criminoso contra civis israelenses".
O chefe da Força Aérea Israelense (IAF), Major-General Tomer Bar, revelou que os ataques noturnos representaram a primeira vez que caças israelenses sobrevoaram Teerã, tendo como alvo as defesas aéreas do Irã. Essa ação inédita, segundo ele, concedeu aos militares "maior liberdade de ação aérea sobre a capital iraniana". Zamir, por sua vez, elogiou os ataques, afirmando que "o caminho para Teerã foi pavimentado". O militar ainda acrescentou que, "de acordo com os planos, jatos de combate da força aérea começarão a realizar ataques a alvos em Teerã". Ataques anteriores na capital iraniana haviam sido realizados usando munições de ataque à distância.
O porta-voz da IDF, Brigadeiro-General Effie Defrin, informou que mais de 70 jatos de combate da Força Aérea Israelense participaram da operação noturna em Teerã, que durou cerca de duas horas e meia. Cerca de 40 locais foram atingidos, incluindo sistemas de defesa aérea e ativos relacionados. "As dezenas de aeronaves estão voando livremente sobre Teerã, graças ao golpe inicial que removeu a ameaça dos sistemas de defesa aérea iranianos", disse Defrin, acrescentando que esta foi a área mais profunda no Irã em que a IAF operou até agora. "Teerã não é mais imune; a capital está exposta a ataques israelenses", concluiu.
Fontes da IAF indicaram que a operação contra o Irã está "avançando de acordo com o plano" e "funcionando bem" até o momento. No entanto, os oficiais afirmaram que a IAF está se preparando para uma súbita e maior escalada com o Irã. Eles também mencionaram que a IAF está trabalhando para "interromper as tentativas do Irã de lançar barragens massivas de mísseis balísticos contra Israel", com jatos de combate sobrevoando os locais de lançamento.
A agência de notícias Fars, ligada à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, relatou que dois projéteis atingiram o aeroporto de Mehrabad, próximo a instalações de liderança iraniana e que abriga uma base da força aérea. Mídias locais reportaram chamas no local. Imagens divulgadas pelas IDF mostraram a identificação de lançadores de mísseis balísticos iranianos em Teerã, pouco antes de serem alvejados em ataques.
Resposta iraniana e vítimas
Posteriormente, a mídia iraniana reportou novos ataques israelenses em cidades no oeste e noroeste do Irã, que abrigam bases militares e de defesa importantes, incluindo Tabriz e partes das províncias ocidentais de Lorestan, Hamedan e Kermanshah. O aeroporto de Mehrabad em Teerã também foi atingido, resultando na suspensão de voos.
A escalada de ataques começou na sexta-feira, com Israel atingindo o programa nuclear e a produção de mísseis do Irã. Em resposta, o Irã lançou ondas de mísseis balísticos durante a noite, que mataram três pessoas, feriram dezenas e causaram danos extensos no centro de Israel. Sete soldados israelenses sofreram ferimentos leves devido ao impacto de um míssil balístico e foram liberados após tratamento hospitalar.
Das cerca de 200 mísseis disparados contra Israel, apenas 50 não foram interceptados "de acordo com o protocolo", significando que foram deixados para atingir áreas abertas sem causar danos à infraestrutura crítica. Uma "pequena quantidade" de mísseis, no entanto, conseguiu ar pelas defesas aéreas, atingindo áreas residenciais em Tel Aviv, Ramat Gan e Rishon Lezion. As cenas de devastação nos locais de impacto são atribuídas às grandes ogivas explosivas que os mísseis transportam, estimadas em 500 quilos.
Eliminação de lideranças e cientistas nucleares
A ofensiva israelense também resultou na dizimação da liderança militar do Irã. No sábado, Khamenei nomeou Majid Mousavi para substituir Amirali Hajizadeh como comandante da força aeroespacial da Guarda Revolucionária Islâmica, após a morte deste último. A divisão aeroespacial da Guarda supervisiona o arsenal de mísseis balísticos do Irã.
Paralelamente, a IDF nomeou nove cientistas nucleares iranianos que teriam sido assassinados nos ataques iniciais de sua operação, detalhando os esforços para eliminá-los. Segundo os militares, esses cientistas haviam "avançado os esforços do Irã para obter armas nucleares". Eles foram identificados como: Fereydoon Abbasi, Mohammad Mehdi Tehranchi, Akbar Motalebi Zadeh, Saeed Barji, Amir Hassan Fakhahi, Abd al-Hamid Minoushehr, Mansour Asgari, Ahmad Reza Zolfaghari Daryani e Ali Bakhouei Katirimi.
"Todos os cientistas e especialistas que foram eliminados eram fontes significativas de conhecimento no projeto nuclear iraniano e tinham décadas de experiência cumulativa no desenvolvimento de armas nucleares", afirmou a IDF, acrescentando que muitos deles eram sucessores de Mohsen Fakhrizadeh, o "pai do projeto nuclear iraniano", supostamente assassinado por Israel em 2020. A eliminação desses cientistas foi possível, segundo a IDF, "após uma pesquisa de inteligência aprofundada que se intensificou ao longo do último ano, como parte de um plano secreto e compartimentado da IDF".
Foco em instalações nucleares
Apesar das alegações iranianas, a IDF negou ter atingido a instalação nuclear de Fordo, embora a mídia estatal iraniana tenha relatado "danos limitados" ao local. Fordo é considerada uma das instalações nucleares mais fortificadas do Irã, localizada no subsolo de uma montanha. O porta-voz da agência de energia atômica do Irã, Behrouz Kamalvandi, confirmou danos limitados em algumas áreas do local de enriquecimento, mas afirmou que "uma parte significativa do equipamento e materiais já havia sido retirada e não houve danos extensos nem preocupações com contaminação".
Em contraste, os militares israelenses confirmaram que seu ataque à instalação nuclear de Isfahan destruiu várias seções críticas, incluindo a infraestrutura de conversão de urânio e laboratórios. O ataque foi lançado após a identificação de esforços iranianos para enriquecer urânio de nível de armas em Isfahan. A atividade em Isfahan "não deixa margem para dúvidas, o Irã estava trabalhando para produzir armas de destruição em massa", declarou a IDF. Os militares também informaram que os ataques à instalação nuclear de Natanz causaram "danos significativos".
Enquanto o Irã nega publicamente a busca por armas nucleares, a República Islâmica acumulou urânio enriquecido a 60% – bem acima do necessário para uso civil e a um pequeno o do nível de armas. A comunidade internacional, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse para seu segundo mandato em 2025, observa com crescente preocupação a escalada do conflito, que representa uma ameaça significativa à estabilidade regional e global.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: