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Reviravolta na diplomacia: Trump apoia ataque israelense ao Irã após buscar negociações

Presidente dos EUA muda de postura e usa ação militar como alavanca para acordo nuclear, gerando divisões internas

Presidente dos EUA, Donald Trump - 26/05/2025 (Foto: REUTERS/Ken Cedeno)
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247 — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu segundo mandato iniciado em 2025, demonstrou uma surpreendente guinada em sua abordagem em relação à crise nuclear iraniana. Após ar a maior parte da semana expressando a esperança de que Israel não atacasse o Irã, Trump endossou a ofensiva militar israelense na última sexta-feira (13), transformando-a em uma ferramenta de pressão para alcançar o acordo que sempre almejou. A informação é do portal Politico.com, que detalhou a complexa dinâmica por trás da mudança de tom da istração norte-americana.

Apesar de ter buscado mais tempo para negociações com Teerã sobre seu programa nuclear, uma vez que Israel lançou o ataque massivo, o presidente Trump abraçou a nova realidade. Uma autoridade sênior da istração, que preferiu não ser identificada para discutir uma situação delicada, afirmou: "Ele não queria que eles [Israel] fossem agora. Ele entende que são uma nação soberana, e ele os apoiará porque são nossos aliados, mas ele queria mais tempo."

A mudança no discurso da istração nas primeiras 24 horas após o ataque ressalta o delicado equilíbrio que o presidente Trump busca manter. A mensagem serviu para tranquilizar Israel, indicando que os Estados Unidos estão ao seu lado, ao mesmo tempo em que acena para a ala mais "linha-dura" da coalizão de Trump e tenta acalmar os isolacionistas do movimento MAGA (Make America Great Again), que sempre foram cautelosos com envolvimentos no Oriente Médio.

O objetivo constante, no entanto, permanece o desejo de Trump de trazer o Irã de volta à mesa de negociações, mesmo com a República Islâmica prometendo retaliação. Em sua primeira declaração pública após o ataque israelense, publicada no Truth Social, Trump declarou: "Ainda há tempo para acabar com essa carnificina, com os próximos ataques já planejados sendo ainda mais brutais. O Irã deve fazer um acordo, antes que não reste nada."

Essa oferta de Trump ao Irã funcionou também como um "impulso direto a Israel" para frear a ofensiva, segundo a mesma autoridade sênior da istração. No entanto, na tarde de sexta-feira, com o Irã disparando dezenas/centenas de foguetes contra Israel, a istração não deixou dúvidas de que estava pronta para apoiar a defesa de Israel. Essa postura representa uma mudança significativa em relação à declaração relativamente neutra emitida pelo Secretário de Estado, Marco Rubio, logo após o ataque israelense. "Israel tomou uma ação unilateral contra o Irã. Não estamos envolvidos em ataques contra o Irã e nossa principal prioridade é proteger as forças americanas na região. Israel nos informou que acreditava que essa ação era necessária para sua autodefesa", disse Rubio na quinta-feira à noite.

Contudo, na manhã de sexta-feira, Trump já estava ligando para repórteres e deixando claro que sabia dos planos de Israel antecipadamente, descrevendo o ocorrido como um "ataque muito bem-sucedido" em entrevista ao The Wall Street Journal. Curt Mills, diretor executivo da revista The American Conservative, comentou sobre a mudança na comunicação: "A mensagem inicial da istração foi: 'demos um sinal amarelo'. Hoje eles disseram: 'demos sinal verde'. Ou se moveram para um verde claro."

Apesar da guinada no discurso, a autoridade sênior da istração Trump insistiu que, embora Washington tenha sido informada dos planos de Israel com antecedência, os Estados Unidos não tiveram nenhum papel no planejamento do ataque. "Não ajudamos no planejamento e eles não nos deram todos os detalhes", afirmou a pessoa, que recebeu anonimato para discutir conversas delicadas dentro da istração. "Nós propositalmente não queríamos saber os detalhes", acrescentou, pontuando que os Estados Unidos tiveram a chance de participar da ação contra o Irã, mas optaram por não se juntar.

Embora Trump pudesse ter preferido mais tempo para negociar, ele parecia frustrado com a estagnação das conversas, sinalizando no início da semana que o tempo para o Irã estava se esgotando. "Eles são bons negociadores, mas são duros", disse ele na segunda-feira na Casa Branca. "Às vezes, podem ser duros demais, esse é o problema. Então, estamos tentando fazer um acordo para que não haja destruição e morte. Nós lhes dissemos isso. Eu lhes disse isso. Espero que seja assim que funcione. Pode não funcionar."

As negociações "duras demais" ocorreram enquanto um influente grupo de conservadores "linha-dura" pressionava Trump intensamente para abençoar os esforços do governo israelense para destruir instalações nucleares iranianas. O ataque de Israel expôs ainda mais uma fissura dentro do universo Trump entre esses "falcões", que veem o Irã como uma ameaça existencial a Israel, e os isolacionistas, cautelosos com os envolvimentos no Oriente Médio, influenciados pelas longas e custosas guerras no Iraque e Afeganão. "Muitas pessoas no movimento MAGA, e aquelas que realmente investiram muito na eleição de Trump e [do vice-presidente JD] Vance ficarão incrivelmente desapontadas se isso se transformar em uma guerra maior e levará a algumas fraturas", disse um ex-oficial do Pentágono, que também pediu anonimato para falar sobre a dinâmica interna da equipe de política externa do presidente.

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