Pesquisa Datafolha: Lula lidera no 1º turno, mas empata com Tarcísio em cenário de 2º turno
Presidente mantém o patamar de intenções de voto, mas vê vantagem diminuir em simulações de segundo turno para as eleições de 2026
247 – Uma nova pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado pela Folha de S.Paulo, revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança em cenários de primeiro turno para as eleições de 2026. Contudo, o levantamento, realizado entre os dias 10 e 11 de junho com 2.004 eleitores em 136 cidades e margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, aponta uma perda da vantagem que o petista detinha sobre possíveis adversários de direita em um eventual segundo turno.
Lula oscila entre 36% e 38% das intenções de voto em cinco dos seis cenários apresentados, um dado que contrasta com sua avaliação de governo, onde 28% dos brasileiros o consideram ótimo ou bom. A fragmentação do campo de candidaturas da esquerda, com Lula como principal nome, pode explicar essa disparidade.Em uma simulação onde Lula não concorre, o ministro Fernando Haddad (PT) aparece com 23%, perdendo para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que marca 37%.
Bolsonaro, apesar de inelegível até 2030, empata tecnicamente com Lula em um cenário direto, com o petista numericamente um ponto à frente (36% a 35%). Nesse mesmo cenário sem Lula, governadores de direita como Ratinho Jr. (PSD-PR) com 7%, Romeu Zema (Novo-MG) com 5%, e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) também com 5% ficam bem abaixo.Quando confrontado com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Lula o vence por 37% a 21%. Contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o petista ganha por 37% a 26%. Já contra os filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula marca 38% e 37%, respectivamente, contra 20% de ambos os irmãos.
Rejeição e espontânea: a polarização em destaque
Na pesquisa espontânea, onde os eleitores não recebem uma lista de nomes, a polarização entre o presidente Lula (16%) e o ex-presidente Bolsonaro (18%) é evidente, refletindo o "recall" dos eleitores.O fator rejeição também é significativo: 46% dos eleitores afirmam que não votariam em Lula de jeito nenhum, enquanto 43% dizem o mesmo de Bolsonaro. A família Bolsonaro apresenta rejeições similares: 32% para Eduardo, 31% para Flávio, e 30% para Michelle. Haddad vem em seguida com 29%, seguido por Ratinho Jr. (19%), Zema (18%), Caiado (15%) e Tarcísio (15%).
Segundo turno: Lula perde vantagem e empata com Bolsonaro e Tarcísio
O cenário se torna mais desafiador para Lula no segundo turno. Em abril, o presidente vencia Bolsonaro por 49% a 40%. Agora, há um empate técnico, com Bolsonaro marcando 45% e Lula 44%. A mesma igualdade é observada na disputa com Tarcísio, que antes perdia de 48% a 39% para Lula e agora está em 43% a 42% para o governador. Michelle Bolsonaro também se aproximou, ando de 38% para 42%, enquanto Lula caiu de 50% para 46%.Ainda assim, Lula mantém uma vantagem mais ampla contra os filhos de Bolsonaro em segundo turno: ele derrotaria Eduardo por 46% a 38%, e Flávio por 47% a 38%.Em um possível confronto entre Fernando Haddad e Bolsonaro, repetindo o segundo turno de 2018, o nome do PL novamente venceria por 45% a 40%, revertendo o cenário de abril que dava vantagem ao ministro.
O dilema da direita e o peso de Bolsonaro
Os números da pesquisa Datafolha cristalizam um cenário político onde Lula mantém sua hegemonia na esquerda, apesar da queda em sua aprovação. O peso do nome de Bolsonaro, mesmo com a sua inelegibilidade, persiste e influencia o jogo político.
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