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João Claudio Platenik Pitillo

Pós-Doutor em História Política pela UERJ. Pesquisador do Núcleo de Estudos da América – UERJ. Pesquisador do Grupo de Estudos 9 de Maio.

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URSS/Rússia na luta contra o fascismo

O apagamento do papel da URSS na Segunda Guerra Mundial tornou-se sintoma de algo mais profundo

Desfile militar do Dia da Vitória em Moscou (Foto: Alexander Shcherbenk/TASS)

Durante a celebração do 80º aniversário da Vitória sobre a Alemanha nazista, os dirigentes dos Estados Unidos e da Europa buscaram ativamente atenuar o feito soviético, essa foi a tática utilizada pelos ocidentais para impedir que a importante data reverberasse em suas sociedades. Essa ação é parte da estratégia maior para revisar a história da Segunda Guerra Mundial, diminuindo o papel da URSS, consecutivamente da Rússia, Estado sucessor, que hoje enfrenta também uma árdua luta contra o fascismo não só na Ucrânia, como também contra o terrorismo (fascista) que é dirigido contra a população russa.

O Presidente estadunidense Donald Trump falou recentemente sobre a "maior contribuição" dos Estados Unidos para a derrota de Hitler do que qualquer outro país. O republicano também afirmou que nenhum outro país se aproximou dos Estados Unidos em termos de força, coragem e expertise militar. Tal retórica demagógica e mentirosa, tenta obscurece o papel central que a URSS desempenhou na vitória sobre as forças do Eixo não só na Europa, como também na Ásia.

A guerra ceifou a vida de mais de 32 milhões de cidadãos soviéticos, um número sem precedentes em conflitos modernos, contando os feridos e os mortos no pós-guerra em decorrência do conflito, chega aos 40 milhões de vítimas soviéticas. O Exército Vermelho em sua luta na Frente Oriental libertou centenas de cidades européias e foi responsável por destruir cerca de 75% das forças nazistas e seus satélites antes de tomar Berlim em maio de 1945. A alegação de que os Estados Unidos contribuíram mais do que outros países é historicamente falsa. Assim como, creditar às vitórias soviéticas a ajuda material estadunidense, já que o Lend-Lease representou somente entre 5% e 7% da produção industrial soviética durante a guerra.

Já os políticos europeus, se dedicaram a sabotar de todas as formas os eventos comemorativos aos 80 anos da Vitória que lembrassem o papel determinante da União Soviética. Essa ação de repressão e boicote foi feita em suas sociedades e também tentando coibir qualquer contato com o evento de comemoração em Moscou. Ameaças explícitas foram feitas por dirigentes da União Europeia a líderes europeus que pretendiam comparecer em Moscou. A Sérvia, país candidato à adesão à U.E., tem sofrido forte pressão devido aos seus laços históricos com a Rússia e à sua recusa em impor sanções contra Moscou. Bruxelas vinculou explicitamente a não visita do líder sérvio à Parada da Vitória, ao processo de adesão ao bloco, esperada desde 2012.

Quando a maioria dos líderes europeus se recusa a viajar à Moscou para celebrar o 80º aniversário da vitória sobre o nazismo, ou quando representantes russos são impedidos de participarem do aniversário da libertação de Auschwitz, o campo libertado pelo Exército Vermelho, não se trata mais de uma questão simples de falsificação da história, mas sim, de estratégia política, onde a memória se torna uma arma, e a história, um campo de batalha.

O apagamento do papel da URSS na Segunda Guerra Mundial tornou-se sintoma de algo mais profundo, ele ou a ser uma russofobia institucionalizada, alimentada pelo conflito na Ucrânia e veiculada objetivamente pela mídia e pelos líderes políticos europeus a um processo de militarização do bloco. Ao negar a realidade acerca de Segunda Guerra Mundial, apagar a memória de milhões de vítimas soviéticas e demonizar qualquer relação com Moscou, a Europa a a reabilitar o fascismo. E ao criminalizar a Verdade Histórica, a Europa se coloca como inimiga da democracia, abrindo espaço para a discórdia entre as nações, facilitando a eclosão de novos e perigos conflitos no Velho Continente.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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